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Mini Tapete: Centopeia







       Esse tapetinho lindo é da Mayra do blog Avental de Histórias.

A sugestão é para crianças a partir de 3 anos.
  Ela aceita  encomendas pelo email: 
avental.historia@gmail.com


Chapeuzinho Amarelo- Chico Buarque


Considerado um clássico da literatura infantil brasileira, Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, traz o traço premiado de Ziraldo. Lançado em 1979, foi relançado com ilustrações do chargista e caricaturista em 1997, quando passou a ser publicado pela Editora José Olympio. Atualmente, está em sua 13a. edição. A obra recebeu o selo Altamente Recomendável para Crianças da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 1979, e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro (CBL), em 1998.

A história é uma releitura do também clássico Chapeuzinho Vermelho. Só que desta vez não há vovós nem caçadores. Chapeuzinho é uma bela menina que sofre de um mal terrível: sente medo do medo. Enfrentando o desconhecido - o lobo -, ela supera medos, inseguranças e descobre a alegria de viver. De uma maneira lúdica, Chico trata com maestria dos nossos medos. E quem não tem medo de alguma coisa? E o mais importante: o autor ensina as crianças a como superar as fobias. Ao final, Chapeuzinho transforma o medo em companheiro e o lobo, pobre lobo, vira bolo.

Fonte:http://www.guiadasemana.com.br/Goiania/Artes_e_Teatro/Livros/Chapeuzinho_Amarelo.aspx?id=11

Em outras palavras esta versão apresenta Chapeuzinho Amarelo, uma menina amarela de medo! Ela tem medo de tudo! Mas no desenrolar da história ela faz descobertas e passa a inclusive a brincar com as palavras.


Edições dos livros:


Edição de 1979

Chapeuzinho na Edição de 1979

O lobo na Edição de 1979

Edição de 2005
Ilustrada por Ziraldo
Editora José Olympio

Edição de 2007
Ilustrada por André Letria
Editora Quasi - Portugal

Segue a história, retirada do site do autor (http://www.chicobuarque.com.br/livros/mestre.asp?pg=chapeuzinho_01.htm):



Era Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de tanto medo.
Tinha medo de tudo,
aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa, não aparecia.
Não subia escada
nem descia.
Não estava resfriada
mas tossia.
Ouvia conto de fada
e estremecia.
Não brincava mais de nada,
nem de amarelinha.



Tinha medo de trovão.
Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol
Porque tinha medo de sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava sopa pra não ensopar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair.
Então vivia parada,
deitada, mas sem dormir,
com medo de pesadelo.



Era Chapeuzinho Amarelo


E de todos os medos que tinha
o medo mais que medonho
era o medo do tal do LOBO.
Um LOBO que nunca se via,
que morava lá pra longe,
do outro lado da montanha,
num buraco da Alemanha,
cheio de teia de aranha,
numa terra tão estranha,
que vai ver que o tal do LOBO
nem existia.



Mesmo assim a Chapeuzinho
Tinha cada vez mais medo
do medo do medo do medo
de um dia encontrar um LOBO.
Um lobo que não existia.



E Chapeuzinho Amarelo,
de tanto pensar no LOBO,
de tanto sonhar com LOBO,
de tanto esperar o LOBO,
um dia topou com ele
que era assim:
carão de LOBO,
olhão de LOBO,
jeitão de LOBO
e principalmente um bocão
tão grande que era capaz
de comer duas avós,
um caçador,
rei, princesa,
sete panelas de arroz
e um chapéu
de sobremesa.



Mas o engraçado é que,
assim que encontrou o LOBO,
a Chapeuzinho Amarelo
foi perdendo aquele medo,
o medo do medo do medo
de um dia encontrar um LOBO.
Foi passando aquele medo
do medo que tinha do LOBO.
Foi ficando só com um pouco
de medo daquele lobo.
Depois acabou o medo
e ela ficou só com o lobo.


O lobo ficou chateado
de ver aquela menina
olhando pra cara dele,
só que sem o medo dele.
Ficou mesmo envergonhado,
triste, murcho e branco azedo,
porque um lobo, tirado o medo,
É um arremedo de lobo
É feito um lobo sem pelo
Lobo pelado.



O lobo ficou chateado.


E ele gritou: sou um LOBO!
Mas a Chapeuzinho, nada!.
E ele gritou: sou um LOBO!
Chapeuzinho deu risada.
E ele berrou: Eu sou um LOBO!!!
Chapeuzinho, já meio enjoada,
com vontade de brincar
de outra coisa.
Ele então gritou bem forte
aquele seu nome de LOBO
umas vinte e cinco vezes,
que era pro medo ir voltando
e a menininha saber
com quem não estava falando:

LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO-
LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO-
LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO- LO-BO-



Aí,
Chapeuzinho encheu e disse :
"Pára assim! Agora! Já!
Do jeito que você tá!"
E o lobo parado assim
do jeito que o lobo estava
já não era mais um LO-BO
Era um BO_LO.
Um bolo de lobo fofo,
tremendo que nem pudim,
com medo da Chapeuzim.
Com medo de ser comido
com vela e tudo, inteirim.

LO-BO-LO-BO



Chapeuzinho não comeu
aquele bolo de lobo,
porque sempre preferiu
de chocolate.
Aliás, ela agora, come de tudo,
menos sola de sapato.
Não tem mais medo de chuva
nem foge de carrapato.
Cai, levanta, se machuca,
vai à praia, entra no mato,
trepa em árvore rouba fruta,
depois joga amarelinha
com o primo da vizinha
com a filha do jornaleiro
com a sobrinha da madrinha
e o neto do sapateiro.



Mesmo quando está sozinha,
inventa uma brincadeira.
E transforma
em companheiro
cada medo que ela tinha:
o raio virou orrái,
barata é tabará,
a bruxa virou xabru
e o diabo bodiá.

FIM


Ah! Outros companheiros da Chapeuzinho Amarelo:
O Gãodra, a Jacoru, o Barão-tu, o Pão Bichopa,
e todos os trosmons.



"Tinha medo de tudo,
aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa, não aparecia,
Não subia escada
Nem descia.
Não estava resfriada
Mas tossia.
Ouvia conto de fada
e estremecia.
Não brincava mais de nada,
nem de amarelinha."



Caso você deseje baixar o livro em pdf ele está disponível em:
http://www.4shared.com/document/v0h-xYQJ/Holanda_Chico_Buarque_de_-_Cha.html?s=1